quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

RETIFICANDO

Eu LIA GOES DE MOURA, venho por meio deste declarar que a COOPERATIVA AGROECOLÓGICA DOS PRODUTORES RURAIS E DE ÁGUA LIMPA DA REGIÃO SUL DE SÃO PAULO - COOPERAPAS; é uma cooperativa de agricultores orgânicos, de agricultores em transição da agricultura convencional para orgânica, de agricultores convencionais, etc..

terça-feira, 6 de março de 2012

PRODUÇÃO ORGÂNICA E AGRICULTURA LIMPA


É cada vez maior o número de pessoas que estão buscando uma alimentação mais saudável, na tentativa de resgatar um tempo em que ainda era possível ter à mesa alimentos frescos, de boa qualidade biológica e livres de agrotóxicos.
Hoje em dia, esse tipo de alimento pode ser encontrado, com alguma facilidade - pelo menos nas grandes cidades - nos supermercados, lojas especializadas e feiras de produtores. São os “alimentos orgânicos”, produzidos segundo critérios rígidos de qualidade, por agricultores que fazem parte de associações de agricultura orgânica. Eles utilizam apenas métodos e práticas ecológicas em suas plantações.

Formam um grande movimento, bastante organizado, coordenado mundialmente pela IFOAM - International Federation of Organic Agricuture Movements (Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgânica), com sede na Inglaterra.

O Instituto Biodinâmico - IBD, que há vinte anos atua no campo de pesquisa e desenvolvimento da agricultura orgânica e biodinâmica no Brasil, define, assim, um produto orgânico:
“...é muito mais que um produto sem agrotóxicos e sem aditivos químicos. É o resultado de um sistema de produção agrícola que busca manejar de forma equilibrada o solo e demais recursos naturais (água, plantas, animais, insetos e outros), conservando-os no longo prazo e mantendo a harmonia desses elementos entre si e com os seres humanos.
Para ofertar ao consumidor alimentos saudáveis e nutritivos, o agricultor deve trabalhar em harmonia com a natureza, recorrendo aos conhecimentos de diversas ciências como a agronomia, ecologia, sociologia, economia e outras. A produção orgânica obedece a normas rígidas de certificação que exigem, além da não utilização de agrotóxicos e drogas venenosas, cuidados com a conservação e preservação dos recursos naturais e condições adequadas de trabalho.”

E tanto o consumidor quanto o produtor tem visto a agricultura orgânica com bons olhos.

sábado, 17 de setembro de 2011

Veneno na Feira

Tão fundamentais para a agricultura moderna quanto os fertilizantes são os pesticidas. Ainda mais com as monoculturas sem fim de hoje. Imagine o que acontece quando um inseto que tem na raiz da soja seu prato preferido topa com hectares e mais hectares onde só existe essa planta? Ele não arreda mais o pé dali, se reproduz vertiginosamente e traça tudo o que vê pela frente: eis uma praga agrícola. Elas não são novidade. Mas claro que, com a demanda por alimentos que existe hoje, seja ou não comida industrializada, não dá para abrir mão deles.
Verdade - Dá para se proteger dos agrotóxicos veja como:

1. Prefira produtos locais
Frutas importadas, por exemplo, terão mais químicos para suportar a viagem e chegar em bom estado ao Brasil.

2. Lave as frutas com esponja
Só água pode não ser o bastante para tirar os resíduos de pesticida.

3. Compre produtos da época
As frutas que não são da estação recebem mais agrotóxicos para durar além da conta.

4. Evite a beleza exagerada
Desconfie da fruta que parece obra de arte. Ela pode ter recebido mais agrotóxicos.

No Brasil, menos ainda. O surgimento de novas pragas, como a ferrugem de soja (um fungo nocivo), transformou o país no maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Superamos os EUA nesse quesito em 2008, quando o mercado de defensivos agrícolas movimentou mais de US$ 7 bilhões no país. A façanha tem consequências. Em junho passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou o relatório anual sobre a presença de resíduos de agrotóxicos nas frutas, verduras, legumes e grãos que o brasileiro consome. Das 3 130 amostras de 20 culturas de alimentos estudadas pela agência em 2009, 29% apresentaram alguma irregularidade. Mas não é motivo para pânico. "O fato de um alimento apresentar resíduos de pesticida além do limite estabelecido não indica necessariamente risco para a saúde", diz a toxicologista Eloisa Caldas, da Universidade de Brasília. O ponto, segundo ela, é evitar uma dieta monótona. Quanto mais variada sua alimentação, menos chance você tem de comer o mesmo pesticida. E isso diminui o risco de intoxicação.

Mais seguro ainda é comprar alimentos orgânicos. Eles não recebem veneno em nenhum momento, desde o plantio até a gôndola do supermercado. Nem veneno nem fertilizante químico. Então são mais saudáveis para o ambiente. E a quantidade de nutrientes por centímetro cúbico é maior. O problema é que a produção da lavoura orgânica é, em média, 30% menor que a convencional - e os vegetais que saem dela acabam 30% mais caros.

Estudos mostram que, mesmo assim, daria para alimentar o mundo só com orgânicos. Mas só se o consumo de carne diminuir. O que uma coisa tem a ver com a outra? É que boa parte do que plantamos é para alimentar animais de criação. Uma peça de picanha, por exemplo, exige 75 quilos de vegetais para ser produzida. Só que o mundo está cada vez mais carnívoro - a China, depois de ter virado a 2ª maior economia do mundo, passou a comer 25% de toda a carne do planeta. Hoje temos 20 bilhões de animais de criação, e a perspectiva da ONU é que esse número vá dobrar até 2050.

Até existe um tipo de carne que não depende nada das plantações: os peixes selvagens. Mas eles não são a alternativa. Primeiro, porque os mais nobres estão acabando. Algumas espécies de atum e de bacalhau não devem escapar da extinção. Segundo, porque existe o perigo da contaminação por mercúrio, pelo menos para quem come certos peixes com frequência.


Cuidado: até os peixes mais saudáveis podem estar contaminados.
Nível de mercúrio

Quanto mais alta a concentração, maior o perigo para quem come com frequência*

Moderado
Atum em lata
Bacalhau

Alto
Atum DE SUSHI
Anchova

Muito alto
Cação
Peixe-espada

Funciona assim: embora o metal possa ser encontrado em todos os ambientes, é no meio aquático que mora o perigo. Graças à ação de bactérias, sobretudo em zonas alagáveis, o mercúrio é transformado em sua forma orgânica e mais perigosa: o metilmercúrio. Nessa versão, ele penetra nas algas. As plantas aquáticas têm baixo teor de mercúrio, mas os peixes herbívoros (que se alimentam dessas plantas) têm um pouco mais. E os predadores (que comem os herbívoros) acabam com um índice bem maior. Quanto mais perto do topo da cadeia alimentar, mais contaminado tende a ser o peixe. Não significa que todo peixe grande esteja contaminado. Se ele vive numa região livre de mercúrio, o que é comum, não tem problema. Mas claro: quem vê cara não vê contaminação. Você só tem como saber o estado dos peixes que comeu se acabar intoxicado - os sintomas são tremores, vertigem, perda de memória, problemas digestivos e renais, entre outros. Não, não precisa parar de comer esses peixes, só ter alguma moderação (veja no quadro). Mas o risco não deve diminuir - o mercúrio é um resíduo das termelétricas. E a maior parte do mundo ainda é movida a carvão...

Segurança Alimentar


O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) divulgou em dezembro o relatório intitulado "A Segurança Alimentar e Nutricional e o Direito Humano à Alimentação Adequada no Brasil - Indicadores e Monitoramento: da Constituição aos dias atuais". O Consea
tornou o documento disponível em sua página na Internet (www4.planalto.gov.br/consea) e pode também enviar o estudo àqueles que tenham interesse em obter um exemplar impresso da obra.
Trata-se de um dos mais importantes documentos já produzidos pelo conselho, elaborado por técnicos e especialistas do Consea e parceiros.
O relatório apresenta um diagnóstico sobre os indicadores da segurança alimentar e nutricional dos brasileiros e a situação do direito humano à alimentação nos últimos vinte anos.

Segundo o grupo de trabalho responsável pelas análises, "o documento
oferece ao conselho, aos governantes e demais atores sociais envolvidos com esse tema, um diagnóstico abrangente sobre a realização do direito humano à alimentação adequada no país, além de oferecer subsídios para a
construção de uma agenda propositiva para os próximos anos no campo da segurança alimentar e nutricional".

De acordo com a pesquisa, "a maioria dos indicadores analisados descreve
avanços importantes na realização do direito humano à alimentação no país entre a promulgação da Constituição Federal de 1988 e os dias atuais". O documento destaca o período de 2003 a 2010, com a inserção do
combate à fome e a promoção da segurança alimentar e nutricional como prioridades do governo.

O relatório também aponta os desafios que o Brasil precisa enfrentar.
Entre esses desafios estão o fato de o país ser o maior comprador de agrotóxicos do mundo, o risco da liberação de sementes transgênicas, a epidemia da obesidade (provocando doenças e mortes) e o elevado consumo
de refeições prontas e de alimentos com alto teor de gorduras, açúcar e sal.

Outros entraves à realização do direito humano à alimentação, segundo o
relatório, são a concentração de terras, as desigualdades (de renda, de étnias, raças e gênero) e a insegurança alimentar e nutricional dos povos indígenas e comunidades tradicionais, entre outros.

A comissão que preparou o relatório é composta por conselheiros
representantes de comissões permanentes, Secretaria Executiva do órgão e representantes de diversas instituições públicas e não governamentais que participam de um dos grupos de trabalhos de trabalho do conselho. As
pessoas e instituições interessadas em obter exemplares impressos do estudo podem enviar os pedidos para a secret.consea@planalto.gov.br . Ou podem também imprimir a versão eletrônica.
Clique aqui para obter a integra do Relatório 

http://www4.planalto.gov.br/consea/publicacoes/publiucacoes-arquivos/a-seguranca-alimentar-e-nutricional-e-o-direito-humano-a-alimentacao-adequada-no-brasil 

REGIMENTO DA IV CONFERÊNCIA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - CNSAN, APROVADO EM 22 DE NOVEMBRO DE 2010 PELO CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - CONSEA

http://www4.planalto.gov.br/consea/conferencias/iv-conferencia-nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional/documentos/regimento

A indústria da comida nunca produziu tanta tranqueira. Seu prato polui mais que o seu carro. E estamos sendo envenenados por pesticidas. Ou não? Descubra o que é verdade e o que é mentira nas intrigas que rondam os alimentos

por Claudia Carmello, Barbara Axt, Eduardo Sklarz e Alexandre Versignassi
Frango. Água. Maisena modificada. Soda para cozimento. Sal. Glicose. Ácido cítrico. Caldo de galinha. Fosfato de sódio. Antiespumante dimetilpolissiloxano. Óleo hidrogenado de soja com antioxidante TBHQ. Isso agregado a mais 26 ingredientes é o que conhecemos pelo nome de nugget. A receita é produto de um sistema que faz de lasanha congelada a tomates mais ou menos do mesmo jeito que se fabricam canetas, ventiladores ou motos. É a agropecuária industrial. Ela começa nos combustíveis fósseis. Petróleo carvão ou, mais comum hoje, gás natural são a matéria-prima dos fertilizantes. E os fertilizantes são a matéria-prima de tudo o que você come hoje, seja alface, seja dois hambúrgueres, alface, queijo e molho especial - no pão com gergelim.
Verdade - Fertilizante mata
Mata peixes, não pes-soas. Mas mata. Resíduos de fertilizante vão parar em rios, e daí para o mar. Lá eles fertilizam algas e elas crescem. Mas isso não é bom: quando elas morrem, sua decomposição rouba oxigênio da água. E os peixes sufocam. São as chamadas zonas mortas. Existem quase 400 delas nos mares.

Sem eles para anabolizar as plantações, não haveria comida para todo mundo. O problema é que, com eles, podemos ficar sem mundo. "Na porteira da fazenda, ainda antes do uso, um saco de 100 quilos de fertilizante químico já emitiu 4 vezes esse peso em CO2 para ser fabricado. Depois que aplicam no solo, pelo menos 1 quilo daquele nitrogênio (elemento principal do fertilizante) é liberado para o ar em forma de óxido nitroso, um gás quase 300 vezes pior para o aquecimento global do que o CO2", diz o agrônomo Segundo Urquiaga, da Embrapa. Nessa toada, a agropecuária consegue emitir sozinha 33% dos gases-estufa do mundo, mais do que todos os carros, trens, navios e aviões juntos, que somam 14%.

Além disso, os fertilizantes deixam resíduos debaixo da terra que chegam aos lençóis freáticos e acabam no mar. Mas isso é pouco comparado ao que a comida moderna pode fazer ao seu corpo. Voltemos ao nugget.

VOCÊ É FEITO DE MILHO E SOJA
Os empanados de frango são um dos ícones da indústria de alimentos, baseada, como qualquer outra, em mecanização, uniformização, produtividade. Essas exigências levam a um fato curioso: há quase 40 ingredientes diferentes em um nugget, mas 56% dele é milho.

A maisena é farinha de amido de milho - o ácido cítrico, a dextrose, a lecitina, tudo é feito com moléculas desse grão. Ou com grãos de soja, dependendo do que estiver mais em conta no mercado de commodities agrícolas (pensando bem, até a galinha é feita de milho e soja - é isso que ela come de ração. Metade da área plantada no Brasil é dominada pela soja, que aparece em 70% dos alimentos processados. E um terço das plantações americanas são lavouras de milho Isso acontece porque soja e milho produzem mais calorias que a maioria das plantas; são resistentes ao transporte e a anos de estocagem, entre outras vantagens competitivas.

Mas qual é o problema de chegar a essa variedade de comida com apenas dois grãos? Os bois podem dar uma primeira resposta.

No mundo desenvolvido, praticamente toda a carne sai das fazendas de confinamento - galpões onde os bois passam a vida praticamente empilhados uns nos outros, só engordando. Nesses galpões, a comida do boi não é capim, mas ração à base de milho e soja. O inconveniente é que ele não come grãos. Industrialmente falando, um boi é uma máquina que transforma celulose de capim (algo que o nosso organismo não digere) em proteína comestível - a carne dele. Mas capim é bem menos calórico que milho e soja. Para ele crescer rápido e ir logo para o corte, tem que ser ração mesmo. Só que o metabolismo do bicho pena para processar tanta comida indigesta. A fermentação dos grãos no sistema digestivo dele pode causar um inchaço do rúmen (o estômago do boi) que pressiona os pulmões e pode matar o animal. Para combater isso, os criadores enchem os bois de antibiótico: 70% dos antimicrobiais usados nos EUA são misturados às rações de animais. O problema é que isso cria superbactérias resistentes a antibióticos. É Darwin em ação: os antibióticos nem sempre matam todas as bactérias. Às vezes sobram algumas que, por mutação genética, nasceram imunes ao remédio. Sem a concorrência de outras bactérias, elas se reproduzem à vontade. Nasce uma cepa de micro-organismo mais resistente a qualquer antibiótico. Ela podem ser letal. Ainda mais se for parar na prateleira do supermercado.

Foi o que aconteceu com uma variedade agressiva de Escherichia coli. Em 2001, o garoto americano Kevin Kowalcyk, de 2 anos de idade, comeu um hambúrguer contaminado por essa bactéria e morreu 12 dias depois. O caso produziu algo inusitado: um recall de hambúrguer.

No Brasil isso não é um problema. Só 6% do nosso abate vem de confinamentos, contra 99% nos EUA. Aqui os bois ficam soltos. Bom para eles, pior para as bactérias. Mas pior também para as florestas. Nossos pastos são formados à custa de desmatamento da Amazônia e do cerrado. E isso leva o Brasil ao posto de 5º maior emissor de CO2 do mundo. Quase 52% dos nossos gases-estufa vêm do desmatamento. Para frear isso de forma realista (porque parar de criar bois e de exportar carne não tem nada de realista), a solução é o confinamento. Só que essa modalidade de criação também não é a panaceia para o ambiente. Os galpões de gado causam tantos impactos quanto uma cidade grande: lixo, esgoto, rios poluídos... Até mais, na verdade. Só os animais confinados que existem hoje nos EUA produzem 130 vezes mais dejetos do que todos os americanos juntos.

Todo esse cocô vai para grandes lagos de esterco, que servem de parque aquático para bactérias: elas podem passar desses lagos para o solo de uma lavoura. Podem e conseguem. Só de recalls de vegetais contaminados por E. coli já foram 20 na última década nos EUA. Em 2009, um surto de salmonela matou 8 pessoas e adoeceu 600 por lá. Grave. Mas não deixam de ser casos isolados. O maior problema da comida hoje é outro: o fator Roberto Carlos.

IMORAL E ENGORDA
O Rei estava certo quando disse que tudo o que ele gosta é imoral, ilegal ou engorda. Comida gostosa, mas gostosa mesmo, viciante, só é boa porque é calórica - os aspargos que nos perdoem, mas gordura e açúcar são fundamentais. Não para a saúde, mas para o cérebro. Ele gosta mesmo é de porcaria. Nosso cérebro nos recompensa com doses de dopamina cada vez que comemos algo bem calórico, energético. É que no passado isso era questão de sobrevivência - havia pouca comida disponível, então quanto mais calórica ela fosse, melhor. A massa cinzenta dá essa mesma recompensa dopamínica depois do sexo ou de drogas pesadas. Por isso mesmo basta experimentar qualquer uma dessas coisas uma única vez para ter vontade de repetir. Com comidas energéticas, recheadas de carboidratos ou gorduras, não é diferente, você sabe. É impossível comer um só.
Mito - Frango com hormônio
Uma das lendas mais persistentes é a de que o frango é entupido de hormônios. E que esse hormônio pode ser letal para nós. Não. Não rola hormônio. "O segredo para o frango crescer tão rápido está na genética", diz o engenheiro agrônomo Gerson Neudí Cheuermann, da Embrapa. A fórmula da ração do frango não é segredo: além de milho, soja e minerais, entram aminoácidos produzidos em laboratório (metionina e lisina), que servem de fato para bombar o galináceo, mas não fazem mal para quem come.

E a indústria dos alimentos se formou justamente em torno das comidas que mais liberam dopamina. Isso começou no final do século 19, com o início da produção em massa de açúcar e farinha de trigo refinada. Refinar uma planta significa estirpá-la de suas fibras, proteínas, minerais e deixar só o que interessa (pelo menos do ponto de vista do cérebro): carboidrato puro, energia hiperconcentrada. Depois vieram conservantes mais potentes (como o antiespumante e o antioxidante lá do nugget) e o processamento artificial, com máquinas que transformam carcaças de bichos e um monte de subprodutos de milho e de soja em coisas bonitas e de sabor viciante. Começava a era da comida industrializada. A nossa era.

E a produção de alimentos nunca mais seria a mesma. O cérebro do consumidor guia a indústria dos alimentos. Esse cérebro prefere comida turbinada por açúcar e gordura, certo? Então a seleção natural age de novo, mas dessa vez no mercado: só sobrevive quem produz comida mais gostosa. E a mais gostosa é a gorda (olha o Robertão aí de novo!). Natural, então, que o mercado de comida processada acabasse dominado por bombas calóricas. Nosso amigo nugget, por exemplo, recebe doses extras de gordura (óleo hidrogenado de soja) e também de açúcar (a glicose). Mais do que alimentar, a função dele é dar prazer.

Mas é um prazer que pode custar caro. Um "suco natural" industrializado, por exemplo, pode ter até duas colheres de açúcar para cada 200 mililitros. Nosso corpo não é adaptado para suportar doses cavalares como essa o tempo todo. A produção de insulina, por exemplo, pode sobrecarregar e dar pau - e sem esse hormônio, que gerencia o processamento de acúcar no organismo, você se torna diabético.

Nos EUA, 1 em cada 10 adultos tem diabetes - duas vezes mais do que em 1995. E a perspectiva é que essa proporção triplique nas próximas décadas, agora que 1,6 milhão de novos casos são diagnosticados por ano. Para completar, 70% da população é considerada acima do peso. E nós aqui no Brasil estamos indo por esse caminho. Quanto mais a economia cresce, maior fica a nossa cintura. No meio dos anos 70, quando o IBGE mediu pela primeira vez o peso da população, 24% dos brasileiros estavam acima do peso. Hoje são 50%.

O aumento de peso pode ser o resultado mais visível de uma dieta inadequada. Mas quem está na parcela sem pneuzinhos da população também corre riscos. Principalmente por causa de outro ingrediente-chefe da comida industrializada: o sal. "A maior parte do sal que a gente consome não está nos saleiros, mas nos alimentos processados" diz Michael Klag, diretor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade John Hopkins, nos EUA. O sal é adicionado para ajudar a preservar o produto e, principalmente, reforçar o sabor. E ele acaba onde você menos espera. Está nos cereais de café da manhã e até nos achocolatados - para deixar o chocolate menos enjoativo.

A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo de, no máximo, 6 gramas de sal por dia para evitar pressão alta - e as doenças que ela causa. Os brasileiros comem o dobro disso. De acordo com a Ação Mundial pelo Sal e pela Saúde, uma organização que reúne membros em 81 países para tentar diminuir o consumo global de sal, se a população mundial comesse apenas os tais 6 gramas de sal por dia, haveria 24% menos casos de ataques cardíacos pelo mundo e 18% menos derrames.

Os hábitos alimentares de hoje podem estar contribuindo também para um aumento em alergias alimentares e doenças intestinais. Para você ter uma ideia, o número de pessoas internadas em hospitais por causa de alergias nos EUA quadruplicou entre 2000 e 2006 (de 2 600 para 9 500 pessoas por ano). O maior suspeito aí é a falta de fibras da comida industrializada.

Uma pesquisa liderada por Paolo Lionetti, da Universidade de Florença, analisou a flora intestinal de crianças italianas e comparou com a de garotos de Burkina Fasso, na África, que têm uma dieta rica em fibras e nunca viram comida processada. Então descobriu que as crianças africanas tinham uma flora intestinal mais variada, capaz de protegê-las de uma série de doenças. "Acredito que a dieta dos países ocidentais tem um papel importante no aumento das alergias e infecções intestinais", diz Paolo.

Os nuggets, pizzas congeladas e cia. não são o único problema. A comida reconhecidamente saudável também tem seus pontos fracos. Dados dos governos americano e inglês mostram quedas nas quantidades de ferro, vitamina C, riboflavina, cálcio, zinco, selênio e outros nutrientes em dezenas de colheitas monitoradas desde os anos 50. Hoje, você tem que comer 3 maçãs para ingerir a mesma quantidade de ferro, por exemplo, que uma maçã fornecia. São várias as razões que poderiam justificar esse fenômeno. Parte da explicação pode vir dos critérios que usamos no melhoramento genético, selecionando variedades de milho, soja e outras plantas segundo a produtividade, não a qualidade nutricional. Pior: nossas plantas criadas à base de fertilizantes, como crescem mais rápido, têm raízes menores e menos tempo para acumular nutrientes além daqueles que vêm no próprio fertilizante. Mais: poupadas de lutar contra insetos pelo uso de pesticidas, estariam produzindo menos polifenóis - substâncias que usam como mecanismo de defesa e que nos beneficiam por suas ações anti-inflamatórias e antialérgicas

sábado, 3 de setembro de 2011

Região Sul de São Paulo, produção agroecológica.

Após assinarem o PROTOCOLO DE BOAS PRÁTICAS AMBIENTAIS os produtores rurais da Região Sul de São Paulo estão a todo vapor inciando a conversão de Agricultura convencional para Orgânica, todos empenhados para cumprir esse compromisso com a população paulistana e com o meio ambiente.
Está sendo realizado semanalmente, palestras e cursos nas propriedades do agricultores onde os mesmo tem aulas teórica e práticas com o pessoal da Associação Biodinâmica, tudo é muito bem detalhado quanto ao preparar a terra, período de plantio, a escolha de mudas e sementes.
Porém o que mais chama a atenção é o zelo e a preocupação com o meio ambiente..

Produção Ornamental, agroecológica.

A intenção é que até 2014 toda a produção da Zona Sul de São Paulo seja convertida em orgânica ou agroecológica por esse motivo a COOPERAPAS juntamente com a casa da Agricultura Ecológica da Subprefeitura de Parelheiros e demais òrgão públicos estão incentivando e auxiliando produtores convencionais a produzirem de maneira mais conciente tomando os devidos cuidados para não prejudicar a a Natureza e ainda levar um produto saudável a mesa dos paulistanos.

ELIMINAR AGROTÓXICOS É PRINCIPAL META.

A produção de plantas ornamentais por ser menos afetadas por pragas, e um cultivo mais simples é porém mais fácil converter em produção Agroecológica, e alguns produtores já usam adubos ôrganicos.

Agrotóxicos e saúde, por Waldir Bertúlio

 
1. Estas empresas interligam-se para vender agrotóxicos, adubos e sementes, com apoio dos bancos financiadores e estímulos às vendas em quantidades desnecessárias. Quando coordenamos e implantamos o projeto de Controle de Agrotóxicos no Paraná, eram feitas em torno de 12 aplicações de veneno durante o ciclo da cultura do algodão, e, em um ano, passamos para três aplicações sem prejuízo da produção. Aqui em Mato Grosso são aplicados na cultura do algodão em torno de 16 aplicações, e a maioria dos responsáveis por isso são os mesmos que lá no Sul do país há muito tempo deixaram de praticar este tipo de exagero. É preciso diminuir as taxas de aplicação, e a maioria dos técnicos sabe disso, mas tem que seguir a política do Estado consolidada no último governo, que abre mão de seu papel de controle ambiental, subordinando-se só à lógica dos lucros e arrecadação de impostos. O Receituário Agronômico e o de Biocidas (que precisa ser criado) são também instrumentos para isto, desde que pequenos e médios agricultores tenham garantia da assistência técnica pública (a Empaer está saindo da UTI? )
2. Este uso desregrado de agrotóxicos tem três efeitos imediatos reais visíveis:
2.1. O empobrecimento dos solos, pela morte dos microorganismos, com tendência crescente a médio prazo de queda de produção e aumento do uso de adubos e corretivos. A fórmula é: agrotóxicos+adubos e corretivos = aumento de lucro nas vendas (ver trabalhos do professor Adilson Paschoal, da Esalq, Piracicaba-SP).
2.2. Resistência dos insetos vetores, transmissores de doenças (como a malária, leishmaniose, dengue) a estes produtos, inclusive com possíveis mutações genéticas, ampliando e urbanizando insetos vetores e dificultando o controle de doenças deste tipo.
2.3. Coincide o período das altas taxas de aplicação de venenos com a época das chuvas e da "lufada", tão grave para a reprodução e sobrevivência da fauna aquática (e terrestre) e da disponibilidade de peixes. Então, estes produtos químicos vão ser carreados para os cursos d"água (e aqüíferos subterrâneos), encontrando peixes em reprodução e filhotes. Imaginem os efeitos disto sobre a população aquática! Faltam estudos sobre isto. Reafirmo que é preciso colocar a agricultura industrial no seu devido lugar.
É relevante a contaminação pelos agrotóxicos direta e indiretamente (pessoas, água, alimentos e solos) causando desde doenças e alterações genéticas (ver trabalhos do professor Flávio Lewgoy, geneticista da UFRGS), enxaquecas, abortos precoces, câncer, até a morte por intoxicação aguda e crônica. Existe de fato uma rede intrincada e desregulada de venda e aplicação de agrotóxicos no país (Mato Grosso é campeão), representando um dos maiores faturamentos na agropecuária, com majestosos interesses financeiros. Seus impactos sobre o ambiente e a população são insidiosos, suas planilhas superfaturadas (o governo deixa as portas abertas) comprometem por custos excessivos até o agronegócio. Há veneno para todos (democrático?).

Produção Agroecológica,Orgânica, Biodinâmica...


A Agricultura, um dos elos de ligação entre o homem e o meio ambiente, apresenta hoje numerosos pontos ecologicamente críticos. A propriedade agrícola simplificada e especializada não corresponde às exigências do ecossistema Terra
Notam-se seus efeitos prejudiciais nos aspectos biológicos, econômicos e sociais, que evidenciam a incapacidade da visão fragmentária, desenvolvida nas últimas décadas e baseada no uso abusivo de energia, capital e insumos químicos, de lidar com a vida.
Neste momento em que presenciamos uma mudança gradual do atual modelo agrícola, a Agricultura Biodinâmica representa uma atitude aberta, pluralista e inovadora frente ao conhecimento. Rejeita sistemas fixos de idéias, as chamadas receitas, em favor de um desenvolvimento de critérios obtidos na atividade prática, aliados à experiência e conhecimentos técnicos, buscando desenvolver o sistema agrícola, no sentido de uma condição de equilíbrio entre a técnica, o impacto ambiental e as condições sociais.
Sabendo-se que a Agricultura Biodinâmica considera a propriedade agrícola como um organismo, a ABD, com a preocupação de manter a qualidade das sementes e dos alimentos e reduzir a incidência de doenças, procura proporcionar novos pontos de vista ao conhecimento empírico e científico obtidos a partir da compreensão da essência dos fenômenos da vida. A saúde do solo, dos vegetais e animais depende de um melhor inter-relacionamento da parte com o todo do organismo agrícola. É tempo de refletir, propor e descobrir medidas que façam frente a uma crise ambiental, que pode ser vista como um reflexo de outra ainda mais profunda: a das relações humanas. E dentro dos objetivos da Agricultura Biodinâmica, a ABD procura produzir alimentos de alto valor biológico, em quantidades suficientes e isentos de contaminantes; procura conservar a capacidade produtiva dos meios de produção, desgastando o mínimo das reservas de matérias-primas e energia; procura preservar a qualidade do meio ambiente e estender suas possibilidades através da formação de paisagens culturais equilibradas; procura encontrar soluções aos difíceis problemas ecológicos, econômicos e humanos de nosso tempo e além disso quer estimular um relacionamento mais profundo do agricultor com a Terra e com a sociedade.
Num país extenso como o Brasil, com situações tão diferentes e dissociadas, a existência da ABD vem cooperar para que essa nova maneira de abordar a agricultura chegue efetivamente aos agricultores e à sociedade. Desta forma, ao congregar produtores, comerciantes e consumidores, estamos contribuindo para criar uma agricultura sadia para o homem e o meio ambiente

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Região Sul de São Paulo Conquistando seus espaços!

CONSELHO GESTOR DE ATENDIMENTO AO TURISTA - PAT / PARELHEIROS
ELEIÇÃO / 2011 / AGOSTO
No dia 10 de agosto as 20:00 hs, contemplamos a posse do Conselho Gestor do Posto de Atendimento ao Turista – Parelheiros.
Instituído a partir da edição da Portaria 85/04-SMSP/SPPA/GAB/2011, publicada no DOC de 12/07/2011, com o propósito de desenvolver programas de trabalho, por meio de ações e parcerias coordenadas entre o Poder Público e a Sociedade Civil, objetivando a ampliação do potencial turístico da região. Estava presente representando o poder público nosso ilustríssimo Subprefeito Noel Castro e seu vice, o Senhor Ivan Bertolazzi representando o Jornal Gazeta da Zona Sul, Lia Goes e Roberto Carlos representando a COOPERAPAs entre outros.

Foi muito armonioso apesar da chuva, e tudo muito bem organizado.
Todos estão de parabéns e quem ganha com isso são os pauilistanos que podem ter certeza que ainda existem pessoas idoneas pensando no seu bem estar, na preservação do meio ambiente , na sua saúde e lazer.