sábado, 3 de setembro de 2011

Região Sul de São Paulo, produção agroecológica.

Após assinarem o PROTOCOLO DE BOAS PRÁTICAS AMBIENTAIS os produtores rurais da Região Sul de São Paulo estão a todo vapor inciando a conversão de Agricultura convencional para Orgânica, todos empenhados para cumprir esse compromisso com a população paulistana e com o meio ambiente.
Está sendo realizado semanalmente, palestras e cursos nas propriedades do agricultores onde os mesmo tem aulas teórica e práticas com o pessoal da Associação Biodinâmica, tudo é muito bem detalhado quanto ao preparar a terra, período de plantio, a escolha de mudas e sementes.
Porém o que mais chama a atenção é o zelo e a preocupação com o meio ambiente..

Produção Ornamental, agroecológica.

A intenção é que até 2014 toda a produção da Zona Sul de São Paulo seja convertida em orgânica ou agroecológica por esse motivo a COOPERAPAS juntamente com a casa da Agricultura Ecológica da Subprefeitura de Parelheiros e demais òrgão públicos estão incentivando e auxiliando produtores convencionais a produzirem de maneira mais conciente tomando os devidos cuidados para não prejudicar a a Natureza e ainda levar um produto saudável a mesa dos paulistanos.

ELIMINAR AGROTÓXICOS É PRINCIPAL META.

A produção de plantas ornamentais por ser menos afetadas por pragas, e um cultivo mais simples é porém mais fácil converter em produção Agroecológica, e alguns produtores já usam adubos ôrganicos.

Agrotóxicos e saúde, por Waldir Bertúlio

 
1. Estas empresas interligam-se para vender agrotóxicos, adubos e sementes, com apoio dos bancos financiadores e estímulos às vendas em quantidades desnecessárias. Quando coordenamos e implantamos o projeto de Controle de Agrotóxicos no Paraná, eram feitas em torno de 12 aplicações de veneno durante o ciclo da cultura do algodão, e, em um ano, passamos para três aplicações sem prejuízo da produção. Aqui em Mato Grosso são aplicados na cultura do algodão em torno de 16 aplicações, e a maioria dos responsáveis por isso são os mesmos que lá no Sul do país há muito tempo deixaram de praticar este tipo de exagero. É preciso diminuir as taxas de aplicação, e a maioria dos técnicos sabe disso, mas tem que seguir a política do Estado consolidada no último governo, que abre mão de seu papel de controle ambiental, subordinando-se só à lógica dos lucros e arrecadação de impostos. O Receituário Agronômico e o de Biocidas (que precisa ser criado) são também instrumentos para isto, desde que pequenos e médios agricultores tenham garantia da assistência técnica pública (a Empaer está saindo da UTI? )
2. Este uso desregrado de agrotóxicos tem três efeitos imediatos reais visíveis:
2.1. O empobrecimento dos solos, pela morte dos microorganismos, com tendência crescente a médio prazo de queda de produção e aumento do uso de adubos e corretivos. A fórmula é: agrotóxicos+adubos e corretivos = aumento de lucro nas vendas (ver trabalhos do professor Adilson Paschoal, da Esalq, Piracicaba-SP).
2.2. Resistência dos insetos vetores, transmissores de doenças (como a malária, leishmaniose, dengue) a estes produtos, inclusive com possíveis mutações genéticas, ampliando e urbanizando insetos vetores e dificultando o controle de doenças deste tipo.
2.3. Coincide o período das altas taxas de aplicação de venenos com a época das chuvas e da "lufada", tão grave para a reprodução e sobrevivência da fauna aquática (e terrestre) e da disponibilidade de peixes. Então, estes produtos químicos vão ser carreados para os cursos d"água (e aqüíferos subterrâneos), encontrando peixes em reprodução e filhotes. Imaginem os efeitos disto sobre a população aquática! Faltam estudos sobre isto. Reafirmo que é preciso colocar a agricultura industrial no seu devido lugar.
É relevante a contaminação pelos agrotóxicos direta e indiretamente (pessoas, água, alimentos e solos) causando desde doenças e alterações genéticas (ver trabalhos do professor Flávio Lewgoy, geneticista da UFRGS), enxaquecas, abortos precoces, câncer, até a morte por intoxicação aguda e crônica. Existe de fato uma rede intrincada e desregulada de venda e aplicação de agrotóxicos no país (Mato Grosso é campeão), representando um dos maiores faturamentos na agropecuária, com majestosos interesses financeiros. Seus impactos sobre o ambiente e a população são insidiosos, suas planilhas superfaturadas (o governo deixa as portas abertas) comprometem por custos excessivos até o agronegócio. Há veneno para todos (democrático?).

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